Renato Russo em uma época de reconstrução de seu ser
Nessa entrevista do Legião Urbana, no Programa de Jô Soares, em 1994, Renato Russo está incrível. Ele abre o jogo sobre sua dependência química de tranquilizantes e de álcool, em uma fase de muita consciência e desejo de deixar os vícios para trás.
RR desmistifica essa associação de que todo poeta precisa do álcool para liberar a mente no encontro das palavras românticas e diz que a espiritualidade deve ser cultivada através da ioga e da meditação. Nessa entrevista, Renata já antevia o fundo do poço e chegou a se comparar com a autodestruição de Kurt Cobain (Nirvana). Essa foi uma época em que nosso ícone do rock’roll estava firmemente disposto a virar o jogo e ficar limpo de goles e bolas.
Renato está de bom humor e muito simpático nessa entrevista de pouco mais de 15 minutos e, veja só, em 1994, a música escolhida para cantar no programa foi “Que País é Esse”. Ele disse que essa música era bem atual na época, imagine! Infelizmente, nunca deixou de ser atual. Nosso país continua na mesma “vibe”:
Infelizmente, dois anos depois, em 1996, nosso heroi não morreu de overdose, mas por ser soropositivo. Sua homossexualidade, assumida em 1990, foi, de certa forma anunciada em canções, como “Soldados” e “Daniel na Cova dos Leões”. Os coqueteis antiaids não puderam conter o avanço da doença e lá se foi o maior gênio do nosso rock’roll.
Hoje, depois de forte demanda judicial entre o filho de Renato, Giuliano Manfredini e Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, os parceiros de RR venceram sobre o direito de uso do nome da banda Legião Urbana e, desde o ano passado, eles fazem turnês pelo Brasil, com André Frateschi no vocal. O Legião Urbana está de volta, só que não…
Eternas saudades….